domingo, 24 de abril de 2016

our name is Prince




este é um príncipe dos plebeus. e dos aristocratas.
da comunhão de géneros e raças e classes.
Prince não fala de libertinagem. esbanja libertação.
a mestria com que brincou com o pecado soltou
os grilhões a meio hemisfério colonizado por tabus.
abatia a tiro os 7 capitais de cada vez que a tarola soava o PÁ! mais convicto de sempre
e o sorriso solto de bom bandido brilhava em cima do palco como quem ostenta a certeza
do groove mais perfeito da natureza.
Prince é uma pistola de confetis
e é de arma em punho que canta que
toda a recta pode ser a curva mais sumptuosa da geometria dos corpos
e numa espécie de narcisismo travesso
que nos servia em bandeja
apregoou mais respeito próprio e amor ao próximo do que qualquer
livro de auto-ajuda ou catecismo de bom comportamento.
Prince é completamente música e completamente festa e completamente para todos
porque ele sabia que não há nada mais sexy do que a alegria.
Prince não se consegue chorar.
Prince dança-se. inexoravelmente.


Joana Manarte